Salão de automóveis de São Paulo pode não acontecer após 60 anos
12 de março de 2019
Uma casa assim é colocada à venda uma vez a cada década. É espaçosa, totalmente reformada e projetada usando os mais altos padrões.

Não é novidade alguma que o mercado automotivo brasileiro e da América do Sul aguarda a cada 2 anos para conhecer, na Cidade de São Paulo, as novas tendências que a indústria automobilística irá seguir. É no Salão do Automóvel de São Paulo que as maiores montadoras de carros do mundo mostram o que irá vir nos próximos anos.
Terceiro maior salão automotivo do mundo, o Salão do Automóvel de São Paulo faz parte do circuito automobilístico mundial e completa este ano 60 anos de sua existência.
E como nessas grandes ironias que o destino insiste em pregar, é justamente no momento em que completa 60 anos e passa para a terceira idade que ele enfrenta a sua maior crise.
Em um movimento nunca antes visto, 12 grandes montadoras informaram que pela primeira vez não estarão expondo no Salão. Isto é, Hyundai, Toyota, Chevrolet, BMW, Mini, Jac Motors, Lexus, Volvo, Jaguar, Land Rover, Peugeot e Citroen. Além disso a Mitsubishi e a Suzuki provavelmente não estarão.
Tal movimento não somente esvazia o Salão do Automóvel, mas, mais do que isso, coloca em grande risco a realização do mesmo pela falta de recursos necessários para o mesmo ocorra.
Logicamente uma notícia como esta nos convida a refletir sobre este mercado e nos faz perceber que estas montadoras seguem objetivando investir no Brasil, mercado que consideram importante pela sua expressão.
Ao mesmo tempo outro fato chama a atenção: no início deste ano a Chevrolet, BMW e Toyota participaram do CES – Consumer Eletronic Show, maior feira de tecnologia do mundo, ocorrida em Las Vegas – EUA no último mês de janeiro. Isto mesmo, montadoras deixando de estar em eventos automotivos e estando em eventos de tecnologia.
A mensagem está sendo passada de forma mais clara do que podíamos imaginar: o que funcionava para a indústria automobilística há alguns anos não mais funciona. Custear grandes valores para expor em um salão como o de São Paulo não mais cria conexão com os clientes.
Não gera mais resultado positivo.
Este cliente não quer mais buscar as novidades indo ao Salão do Automóvel, ele quer que estas novidades estejam disponíveis a um clique do mouse ou toque no celular.
E assim, ao chegar aos 60 anos, o Salão do Automóvel, tão importante em outros momentos, segue exatamente o exemplo de um idoso que, com problemas, tem dificuldades para se adaptar a este novo mundo que estamos vivendo.